ESCOLA DE ENSINO INTEGRAL PROFESSOR AYRES DE MOURA
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO - DIRETORIA NORTE 1


Área de Linguagens 2023:
Português, Arte, Educação física, Orientação de estudos e Inglês
ARTIGO DE OPINIÃO: A LINGUAGEM NEUTRA
Os textos a seguir são as produções resultantes de uma Sequência Didática aplicada nos 9ºs anos da escola Prof. Ayres de Moura, no 1⁰ Bimestre de 2023, cujo objetivo foi: discutir as variações linguísticas; o uso da norma-padrão da língua; o uso social da comunicação; e, através do gênero artigo de opinião, como se posicionar de maneira crítica sobre esse tema e argumentar em um texto original.
Para tanto, o professor Leonardo Aguair começou a distinguir as variações da língua falada e escrita, apontando às diferenças entre lugares, contextos, idade, fator social e, enfim, à passagem do tempo. Após reflexões e exemplos, a ideia foi debater com os estudantes a necessidade de haver uma norma-padrão, pois, se a língua varia, é lícito se questionar o motivo pelo qual existe uma padronização em contextos de usos formais, como entrevistas, vestibulares, documentos e afins. Uma vez verificada essa questão, foi fácil perceber o que é uma variação e o que é um erro, compreendendo, também, que não se deve ser intolerante e nem se deve sustentar qualquer tipo de preconceito, pois isso pode desencadear o que se conhece como preconceito linguístico.
Enfim, chegando à questão do pronome neutro, dois vídeos foram apresentados aos estudantes: um do professor de Língua Portuguesa e youtuber Noslen, que defende que a nossa língua já prevê a neutralidade no uso do masculino (ex.: "Bom dia a todos!"), não sendo necessário mudar de forma artificial a língua aprendida e utilizada; por outro lado, a professora é ativista Rita Von Hunty, afirma que a linguagem constitui a realidade e, por isso, não utilizar a linguagem neutra é negar a existência de pessoas não-binárias.
Após assistir aos vídeos e debate-los, os estudantes aprenderam a estrutura de um artigo de opinião (tese, tipos argumentação, proposta de intervenção, etc.) e, em sala, uma semana após pesquisarem mais sobre o assunto, redigiram os seus artigos posicionando-se a favor ou contra a linguagem neutra. Para finalizar tal percurso, o professor corrigiu os textos e fez uma devolutiva individual e coletiva, escolhendo quatro dos melhores textos para representar a escola neste espaço.
Esperamos que leiam, compartilhem, comentem e se envolvam em nosso site!
As habilidades mais desenvolvidas foram:
- EF69LP30 - Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de forma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.
- EF69LP32 - Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais, orais etc.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, esquematicamente, com ajuda do professor, as informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas digitais, em quadros, tabelas ou gráficos.
- EF89LP04A - Identificar argumentos e contra-argumentos explícitos em textos argumentativos.
- EF89LP06A - Reconhecer o uso de recursos persuasivos em diferentes textos argumentativos.
- EF89LP06B - Analisar efeitos de sentido referentes ao uso de recursos persuasivos em textos argumentativos.
- EF09LP03B - Assumir posição diante de tema polêmico.
- EF09LP03D – Utilizar diferentes tipos de argumentos – de autoridade, comprovação, exemplificação, princípio etc.
- EF69LP34 - Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, como forma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e informações.
- EF69LP55 - Reconhecer em textos de diferentes gêneros as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico.
- EF69LP56: Fazer uso consciente e reflexivo da norma-padrão em situações de fala e escrita em textos de diferentes gêneros, levando em consideração o contexto, situação de produção e as características do gênero.
- EF69LP11 - Identificar e analisar posicionamentos defendidos e refutados na escuta de interações polêmicas em entrevistas, discussões e debates (televisivo, em sala de aula, em redes sociais etc.), entre outros, e se posicionar frente a eles.
LUGAR DE FALA
Pesquisas realizadas pelos estudantes de medicina da UNESP apontam que cerca de 2% da população brasileira se identifica como transgêneros ou não-binárias, e que grande parte dessa porcentagem sofre com a falta de inclusão, tanto no meio social quanto em tantos outros meios (como político, educacional e etc).
Segundo pesquisas, o Brasil está no topo da lista dos países mais diversos, seja no meio social, cultural ou ambiental. Mas, após analisar o estudo citado acima, podemos dizer que isso, em parte, é uma mentira, pois ainda existem pessoas que carregam em si o fardo de não se sentirem representadas pelo fato de não serem chamadas da forma na qual se sentem bem e, por muitas vezes, serem julgadas ou até mortas por pessoas que não sabem o que é carregar esse fardo.
Por isso a linguagem neutra foi criada; mas ainda é algo muito vandalizado pela nossa sociedade opressora, que acha que isso não pode existir quando, na verdade, pode sim. Basta as pessoas abrirem suas mentes fechadas para algo que já ocorreu - existia o gênero neutro no Latim - e que uma hora ou outra ocorrerá novamente. A linguagem muda a cada instante e, muitas vezes, nós nem percebemos isso. Além do que, não é simplesmente uma evolução, mas trata-se de colocar pessoas onde elas devem estar, e onde elas querem estar.
Portanto, conclui-se que a linguagem deve ter um espaço para progredir e que existem muitas formas de incluir, como quando utilizamos palavras já existentes no nosso vocabulário (ex.: "estudante" ao invés de "aluno" ou "aluna"); ou quando colocamos a linguagem neutra como algo significativo, que não seja considerado errado em uma redação, por exemplo. Não é preciso quebrar um padrão para incluir, basta fazer o novo valer.
Maria Eduarda Chella Ramos Carvalhal - 9ªA
PRONOME NEUTRO E TRANSEXUALIDADE: POR QUÊ EXISTE TANTA CRIMINALIZAÇÃO EM RELAÇÃO À IDENTIDADE DE GÊNERO?
Atualmente, pessoas que se identificam com o gênero neutro ou transgênero estão lutando diariamente pelo seu lugar na sociedade. São pessoas que são excluídas da sociedade desde de que nascem, são expulsos de casa, atacados nas escolas, nas ruas e privados do seu direito de existir.
A questão da identidade sempre sai da sua realidade, pois ser trans na nossa sociedade, é apresentar socialmente de maneira disruptiva com o que esperam da forma como nascem. Estas pessoas não se transformam, elas são do gênero que se apresentam.
É importante dar o apoio necessário à representatividade do gênero neutro e à transexualidade, não importa a ocasião. Ao contrário de serem reconhecidos, principalmente, em seus grupos sociais (pelo fato da violência enorme contra eles) devemos ter a consciência de que, independente de qualquer coisa, nenhuma luta de minorias é menos ou mais importante. O motivo de essas lutas existirem se dá pela opressão de classe que sofremos e, por isso, devemos ter um olhar crítico, para termos a conscientização que não são apenas as ditas minorias que devem se manifestar, como o povo em geral também.
O gênero neutro, além de incluir pessoas não-binárias (que foram excluídas por uma sociedade capitalista e moderna), já existe em pessoas originárias, ou seja, gêneros fluídos e fora da binaridade do que é ser homem ou mulher. Também, a linguagem neutra repara o machismo intrínseco na Língua Portuguesa, o qual ocorre desde de que foi se moldando para ser o que é hoje, pois, no Latim, o neutro existia, apenas parou de ser utilizado e trocado pelo masculino. Se essa adaptação já ocorreu, outras também podem, assim também, por exemplo, os neologismos e estrangeirismo adaptados no nosso dia a dia sem alardes - palavras ligadas à tecnologia, por exemplo (online, software, etc.).
O pronome neutro só é um problema, pois se trata de um grupo social marginalizado. Pessoas trans são assassinadas, violentadas e, graças a essa violência, obrigadas a entrar na prostituição para a própria sobrevivência.
Existem pequenas e grandes soluções para a abolição dessas violências. Todos podem exigir do governo o fortalecimento das leis contra isso, mesmo que pequenas reformas. Porém, o Brasil teve um governo capitalista e de extrema-direita, no qual, todos os dias, neoliberais falavam coisas absurdas em relação à identidade de gênero na internet e até mesmo no parlamento. Apesar de ter passado, esse tipo de discurso ainda é muito presente. A real e mais fiel solução, seria a dissolução e abolição do sistema capitalista.
Iris Isabelle Ramalho Moura - 9ºB
LINGUAGEM NEUTRA
Atualmente, a linguagem neutra (o conhecido “pronome neutro”) é uma forma de linguagem que surgiu na comunidade LGBTQIA+ e é usada, principalmente, por participantes dela. A linguagem neutra busca englobar outros gêneros, ou seja, a inclusão na norma-padrão (masculino e feminino).
Acredita-se que o pronome neutro não possui nenhuma chance de entrar na norma-padrão, pois, além de interferir na aprendizagem de cegos, disléxicos, etc. (pois aplicativos de leitura, por exemplo, não reconhecem novas terminologias em “x” ou “@”), seria uma mudança muito brusca para incluir uma pequena parte da população brasileira, ou seja, 1% (de acordo com uma pesquisa da Nature, realizada em 2021, sobre a quantidade de não-binários adultos presentes no Brasil).
Além da interferência direta na aprendizagem, muitos que não tiveram chance ou condição de estudar também seriam prejudicados, pois estão familiarizados com a norma-padrão mesmo que não dominem completamente, e uma mudança brusca como essa causaria desentendimento e dúvida.
Pensa-se que a linguagem neutra não pode ser inserida também por ser originária de um grupo social específico, pois isso seria como adicionar gírias na norma-padrão. Imaginem quantos grupos existem… Imaginem se tudo isso fosse padronizado…
Por fim, a solução para isso seria optar por termos que já são neutros, como, por exemplo, “estudante” ao invés de “aluno”/“aluna”. Acredita-se que o pronome neutro deve sim ser utilizado, mas, para isso, é necessário estudo, algo que falta no Brasil. As pessoas têm que aprender a separar a linguagem que pertence a um grupo social da norma-padrão, pois o preconceito linguístico não terminará apenas incluindo o pronome neutro na língua. Usem e respeitem a linguagem neutra, mas sem imposição na troca da norma-padrão.
Enzo Lopes da Rocha - 9ºC
POR QUE NÃO À LINGUAGEM NEUTRA
A linguagem neutra tem sido um tema muito abordado entre grupos sociais, especialistas e na área da educação. Mas será que vale a pena debater este assunto no momento? A linguagem neutra é tão necessária assim, como muitos pensam?
Especialistas defendem que a variedade masculina dos pronomes e dos artigos já abrange a neutralidade. Qual seria o sentido em dizer: “Bom dia a todas, a todos e a todes!”? A comunicação ficaria longa e repetitiva. Não é apenas sobre mudar uma letra, mas também querer mudar uma base, um padrão, uma história. O que muitos não pensam é que também seria necessária a adaptação dos artigos e adjetivos antes de cada pronome (o que seria complicado de alterar, não é mesmo?)
Uma das discussões que são levadas com a posição do grupo social que defende a linguagem neutra é que ela serve para a inclusão social de todos. Mas, se pararmos para pensar, existem outras dificuldades que as pessoas passam, que nem sequer param para pensar ou, ainda menos, ajudar, como a discriminação, intolerância, bullying, violência, racismo, etc. Contando também o quanto a linguagem neutra dificultaria para a compreensão na leitura e na escrita.
Especificamente, o índice atual de analfabetismo no país, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), é de 14.194.397 de pessoas que não sabem ler, escrever ou realizar as operações básicas de matemática. Ainda, segundo o último censo do IBGE, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual severa. Se, por acaso, se tornasse obrigatório o uso da linguagem neutra (como já está sendo no Canadá, por exemplo, e que as pessoas estão sendo perseguidas por se recusarem a utilizar) como seria a vida das pessoas do nosso país? Pessoas que já estão acostumadas com um falar totalmente ao contrário da linguagem neutra e que não sabem escrevê-la seriam presas por isso? E as que dependem de aplicativos para reconhecer a fala escrita? Até seria possível uma adaptação, mas, com certeza, demoraria anos para acontecer...
Por isso, deve-se levar em conta se, realmente, a linguagem neutra é um assunto que deva ser debatido no momento com tantos outros fatos acontecendo diante dos nossos olhos e que não enxergamos. Mas, também, nada impede que ela seja usada entre os grupos sociais que assim desejarem.
Isabelle da Silva Alencar- 9⁰D
PROJETO LEITURA - Português - 6º ano


Halloween 2023:


























REDAÇÃO CMSP 9º ANOS 4. BIM

Projeto de Leitura - 2º semestre – 7º ano
Professora Rosy Roncon – Língua Portuguesa
Meu pé de laranja lima
O projeto teve início em agosto, com a leitura compartilhada do livro, sendo que além do livro físico para ser manuseado em sala de aula, os estudantes também o receberam em pdf no grupo da sala.
Após a leitura do dia, nossos estudantes foram convidados a registrarem suas impressões sobre o que fora lido, de forma que puderam montar um resumo da história baseados em suas anotações.
Ao fim do semestre, concluída a leitura, fizemos uma roda de conversa sobre a história e seu autor, José Mauro de Vasconcelos, e foi sugerido aos alunos que assistissem ao filme, disponível na Netflix.
Para concluir o projeto, os estudantes escolheram se queriam apresentar um podcast ou fazer um folder sobre a leitura.
Os folders serão enviados para a sala de leitura como incentivo para que outros alunos também leiam O meu pé de laranja lima.





